domingo, 4 de agosto de 2013

Secretário-geral do Sindsep-DF é vaiado por servidores do DNIT

Candidato à reeleição pela Chapa 1, Oton Pereira Neves, defende governo Dilma e deixa assembleia em clima de animosidade

Uma assembleia dos servidores do DNIT, que estão numa greve legítima em todo o Brasil, terminou em clima de animosidade na última quinta-feira, 25. Tudo porque o secretário-geral do Sindsep-DF, Oton Pereira Neves, tentou desmobilizar os servidores insinuando que a categoria devia abandonar sua greve e aceitar o que o governo Dilma estava oferecendo, além de acrescentar que este é um "governo democrático e popular". Ameaçados por corte de ponto e sofrendo uma série de retaliações ao longo de seu movimento legítimo, os servidores não encararam bem a postura pelega do atual secretário-geral e candidato a reeleição, já há doze anos a frente do Sindsep-DF.

Em 2008, o mesmo Oton ajudou a desmobilizar uma greve forte, encerrando o movimento com ajuda de votos de lobistas de empreiteiras e servidores terceirizados que se misturaram à categoria. Cansados de peleguismo e determinados a manter sua mobilização legítima, servidores vaiaram o secretário-geral do Sindsep-DF que foi impedido de falar e solicitado a se retirar da dependências do DNIT durante a assembleia.

Os novos servidores do DNIT foram apresentados ao candidato à reeleição do Sindsep-DF como aquele que destruiu o movimento paredista de 2008, levando anos para que a categoria tivesse força para se reorganizar novamente. Para nós da CHAPA 2 “RENOVAR PRA LUTAR” isso não é novidade. Apoiar e terminar com greves inconvenientes ao governo se tornou especialidade desse atual gestão do Sindsep-DF. 

Conversamos com o servidor do DNIT, Fausto Emílio de Medeiros Filho, que compõe a CHAPA 2 e esteve na assembleia e acompanhou as atitudes do secretário-geral do Sindsep-DF.

Jornal da CHAPA 2: - Fausto, o que você tem a comentar sobre o caso?

Fausto: Primeiro, quero deixar claro que esse tipo de prática da situação me levou a integrar o pessoal da oposição que compõe a CHAPA 2. Chega de pelegagem!

JC2: O Oton acabou mesmo com a greve de 2008?

Fausto: Olha só, eu era do comando de greve em 2008. Estávamos há 26 dias em greve e alguns servidores
achavam que era hora de parar. Muitos outros queriam continuar e foi realizada uma assembleia geral. O Oton, na qualidade de secretário-geral do SINDSEP-DF veio presidir essa assembleia. Na primeira e legítima votação, os servidores por maioria aprovaram a manutenção da greve. Aprovada, o pessoal se dispersou. Nesse momento em que o pessoal havia dispersado; o Oton novamente colocou em votação o final da greve. Nesse momento em que os servidores dispersavam-se, adentraram ao espaço da assembleia muitos lobistas de empreiteiras que frequentam os corredores do DNIT e dezenas de servidores terceirizados.

Essa gente votou indevidamente pela categoria para terminar a greve e o contraste apontou para o final da greve. Rapidamente, o Oton aprovou sem questionar a votação e declarou a greve encerrada. Feito isso foi saindo de fininho e então eu gritei chamando-o para voltar à mesa da assembleia e corrigir a bagunça: - VOLTA AQUI OTON! Ele olhou para trás, virou-se novamente, saiu correndo e desapareceu no estacionamento. Nós servidores do DNIT nunca esquecemos esse episódio lamentável. Por isso que o Oton é visto no DNIT como um pelegão de marca maior. Ele apenas é tolerado na condição de Secretário-Geral do SINDSEP-DF, instrumento de luta dos trabalhadores. O quadro de filiados ao SINDSEP só tem encolhido devido a essas práticas.

JC2: O que vocês concluíram desse episódio?

Fausto: Concluímos que não podemos confiar nessa turma que está no SINDSEP-DF faz muitos anos. Eles ficaram viciados nos cargos, não há renovação de quadros e estão comprometidos com o governo e não com os trabalhadores. Nunca mais deixamos ninguém de fora da casa presidir nossas assembleias, pois assim não podem alegar desconhecer quem é servidor e quem não é. Por fim, que não se vota duas vezes numa assembleia a mesma coisa! Isso é casuísmo. E isso realmente tem a ver com que o Oton disse ao tentar se retratar, que toda greve sempre é confusa e traumática. Dizemos que quando há um interesse em destruir o movimento da classe trabalhadora, fazer confusão é a primeira coisa e os traumas sempre vão existir, mas não admitimos pelegos nas nossas assembleias.

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